As coisas não são feitas por
acaso, um filme de Tiago Cravidão sobre Eduardo Gageiro
Cineclube
do Barreiro
Domingo,
18 de Maio, 16h
Realização:
Tiago Cravidão
Género:
Documentário
Língua
original: português
Classificação:
M/12
Portugal
e Brasil, 2013, cor, 91 min.
Sinopse
Estamos
ao lado de Eduardo Gageiro quando o major Pato Anselmo lhe aponta a sua Walther
de 9mm. Mas é Gageiro que dispara, fixando para sempre a última ameaça da
ditadura portuguesa que, segundos depois, e bem à nossa frente, se rende a
Salgueiro Maia obrigando-o a morder o lábio para não chorar.
São agora os bancos de madeira do eléctrico 28 que nos transportam. Alfama, o Tejo, Campo de Ourique, Martim Moniz: é a preparação do próximo livro de Eduardo Gageiro. Aqui, constatamos a passagem da doença, e vamos assistindo ao ato fotográfico que das imagens quotidianas depura sínteses de vida. Presenciamos a espera, a escolha, o corpo em esforço para fixar a imagem imaginada. Matéria e ideia condensadas ao abrir do obturador. Gestos que este fotojornalista ensaia há mais de 65 anos.
Mas Eduardo fotografa ainda, é presente, actual, vivo, e por isso, ao lado da grande escala, assistimos às sessões fotográficas na humilde e lotada mesquita da Mouraria, nos desgrenhados cabeleireiros para negros do Martim Moniz e nas desarrumadas das lojas chinesas. «O dia-a-dia que soletramos sem dar por isso», escreve o amigo José Cardoso Pires. Fragmentos unidos em torno do ponto de vista que este projecto, que durou cerca de cinco anos, foi instalando.
São agora os bancos de madeira do eléctrico 28 que nos transportam. Alfama, o Tejo, Campo de Ourique, Martim Moniz: é a preparação do próximo livro de Eduardo Gageiro. Aqui, constatamos a passagem da doença, e vamos assistindo ao ato fotográfico que das imagens quotidianas depura sínteses de vida. Presenciamos a espera, a escolha, o corpo em esforço para fixar a imagem imaginada. Matéria e ideia condensadas ao abrir do obturador. Gestos que este fotojornalista ensaia há mais de 65 anos.
Mas Eduardo fotografa ainda, é presente, actual, vivo, e por isso, ao lado da grande escala, assistimos às sessões fotográficas na humilde e lotada mesquita da Mouraria, nos desgrenhados cabeleireiros para negros do Martim Moniz e nas desarrumadas das lojas chinesas. «O dia-a-dia que soletramos sem dar por isso», escreve o amigo José Cardoso Pires. Fragmentos unidos em torno do ponto de vista que este projecto, que durou cerca de cinco anos, foi instalando.
É
este o olhar do filme sobre Eduardo Gageiro. Um filme que parte das histórias
de duas imagens e que as cruza com a da preparação do seu último livro. Um
filme que mostra como o olhar profundamente português deste fotógrafo viu as
transformações em Portugal e no mundo nos últimos 60 anos. Um olhar que
imaginou e que por isso viu e fotografou, o beijo de Dona Maria ao cadáver de
Salazar em 1970, o rapto dos israelitas nos Jogos Olímpicos de 1972, o momento
decisivo da revolução de 74 e as sedutoras revelações dos retratos de 95. Um
olhar que, na precisão científica de Álvaro Cunhal, só pode ter origem num
«observador atento e incansável que, com talentosa criatividade, não só colhe
como cria a imagem e com ela interpreta a pessoa e o acontecimento».
Tiago Cravidão
Nasceu
em 1976, em Coimbra. É formado em Direito pela Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra, instruído pela revista literária 'Morfema', de que foi fundador, e, acompanhado pelos filmes que viu
na sala Salgado Senha da Associação Académica de Coimbra, concluiu, em 2003, o
estágio profissional de ingresso na Ordem dos Advogados.
Depois
de uma frequência assídua da Videoteca de Lisboa, de festivais de cinema, da
Cinemateca Portuguesa e de um iluminado 'workshop'
denominado «História e princípios da montagem cinematográfica», da
responsabilidade de Pedro Marques, realizou a sua primeira curta-metragem: 'Maria morreu duas vezes'.
Em
2004 ingressou na Escola Superior de Teatro e Cinema, onde se especializou na
área de montagem. Dos anos de escola destaca a montagem do filme 'Morrer', vencedor em 2006 do prémio «Take
One» no Festival de Curtas de Vila do Conde –, a realização do documentário 'Mount of Oaks' – seleccionado para o
festival Cine’Eco 2007 –, a produção dos episódios web «Série 27» e a realização dos primeiros telediscos da produtora
musical Amor Fúria: de que, em paralelo com o Cineclube CinemAlfa, foi membro
fundador.
Iniciou
a sua actividade profissional na área do cinema em 2006, como assistente de
realização e montador do cineasta Bruno de Almeida. Trabalhou também como assistente
de produção no filme 'O meu amigo Mike ao
trabalho', de Fernando Lopes, e como argumentista sob a orientação do
realizador Edgar Pêra. Foi montador Avid do canal Tv Ciência financiado pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia.
Em
2008 produziu e realizou o filme 'Miss
Trouxemil 2008', vencendo em 2009 o prémio de «Melhor Grande Reportagem no
Festival Grande Angular» com o filme 'O
mar é nosso!'. Com 'Magiae Naturalis'
ganhou o primeiro prémio do «Ciclo Imagem e Pensamento», organizado pelo Centro
de Estudos de Comunicação e Linguagens. Frequentou ainda o 'workshop' «The Writer's Journey: Mythic Structure For Writers»,
orientado por Christopher Vogler, e redigiu cerca de 30 folhas de sala para as
sessões do Cineclube Fila K.
Em
2010, com financiamento do Instituto do Cinema e Audiovisual, realizou o filme 'Aguarde! Por favor', que estreou na
abertura da XVII edição dos «Caminhos do Cinema Português». No ano seguinte,
concluído o mestrado em Estudos Cinematográficos na Universidade Lusófona,
inicia uma colaboração no projecto ItunesU: uma parceria entre a Universidade
de Coimbra e a Apple.
Em 2013, com o apoio financeiro da fundação
Calouste Gulbenkian, estreará o seu documentário 'As coisas não são feitas por acaso'.
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