segunda-feira, 25 de julho de 2011

O Meu Tio - Jacques Tati (29 de Julho, 21h30, Pq. Catarina Eufémia)



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Ficha Técnica


Título: O Meu Tio
Título original: Mon oncle
Realização e argumento: Jacques Tati
Colaboração artística: Jacques Lagrange e Jean L'Hôte
Banda sonora: Franck Barcellini e Alain Romans
Ano: 1958
País: França, Itália
Duração: 111 min.
Género: Humor
Classificação: M/12
Intérpretes: Jacques Tati, Jean-Pierre Zola, Adrienne Servantie, Alain Becourt, Lucien Fregis, Dominique Maire
Site: IMDb



Sinopse:

O senhor e a senhora Arpel têm uma casa moderna num quarteirão asséptico. Eles têm tudo, conseguiram tudo, na casa deles é tudo novo: o jardim é novo, a casa é nova, os livros são novos. Neste universo tão confortável, tão clean, tão high-tech, tão bem programado, o humor, os jogos e a sorte não têm lugar. E o filho Gérard aborrece-se de morte. É então que irrompe o irmão da senhora, o tio, o Sr. Hulot. Personagem inadaptada, habituada ao seu mundo caloroso, vai, para delírio do sobrinho, virar tudo de pernas para o ar.



Comentário:

«"Mon Oncle" é um filme de 1958, mas que permanece tremendamente actual nos dias de hoje. Representando um período pós-guerra em França, fala-nos da orientação para ambientes "futuristas", retratando a evolução do design em contraste com os ambientes tradicionais vividos num bairro normal francês. Para além disso, mostra-nos a valorização exacerbada pelas classes média-alta a esses valores, em detrimento de valores de maior proximidade com o outro.
O maior fascínio da obra de Jacques Tati é a linguagem simples sobre assuntos bastantes complexos. Num argumento onde os diálogos são quase inexistentes (aliás, Monsieur Hulot só diz uma única frase durante todo o filme), Tati consegue retratar um ambiente de cinema mudo, onde o riso surge expontaneamente em resposta às acções das personagens, mas consegue também concentrar a nossa atenção para todos os aspectos não verbais, que acabam por servir como metáforas das questões que Tati levanta. Como se costuma referir em alguns livros de guionismo, "se puderes retratar uma ideia, uma emoção ou conceito através das acções das personagens fá-lo, não utilizando diálogos para isso". Tati consegue fazer isso de forma magistral, criando-me curiosidade para descobrir a sua restante obra.»
(autoria: Nuno Cargaleiro)



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