Chechénia, nos dias de hoje. Uma frente russa. Aleksandra Nikolaevna é a avó que visita o neto, um dos melhores oficiais da sua unidade. Passam-se os dias e ela descobre um novo mundo. Um mundo de homens onde não há mulheres, sensibilidade ou conforto. O dia-a-dia é pobre, num local onde as pessoas são parcas nos seus sentimentos. Simplesmente, porque talvez não haja tempo nem energia para isso. A cada dia, cada hora, decidem-se questões de vida ou de morte. No entanto, é um mundo ainda habitado por pessoas.
Neste filme sobre a guerra, não há guerra.
(a partir de uma entrevista com Alexander Sokurov)
Neste filme sobre a guerra, não há guerra.
(a partir de uma entrevista com Alexander Sokurov)
Para mim esta história não é sobre o presente mas sobre o que é eterno. Não é sobre a Rússia dos dias de hoje, a sua política no Cáucaso, ou o seu exército, mas sobre a vida eterna da Rússia. A guerra é sempre uma coisa terrível. Neste filme sobre a guerra não há guerra. As operações militares foram levadas para fora dos limites do filme. Não gosto de filmes sobre a guerra. Foi suficiente para mim estar lá uma vez e ver com os meus próprios olhos para fazer com que esses ataques espectaculares, pitorescas explosões, corpos a cair em slow-motion , se tornassem ligados ao conceito de “vulgar” e “falso”.
Não há poesia na guerra, não há beleza, e nunca deveria ser filmada de uma forma poética. É um horror que não se consegue exprimir, a degradação humana não pode ser expressa. E para compreender isso basta viver uma só vez esta experiência real.
Não há poesia na guerra, não há beleza, e nunca deveria ser filmada de uma forma poética. É um horror que não se consegue exprimir, a degradação humana não pode ser expressa. E para compreender isso basta viver uma só vez esta experiência real.
Alexandra era o título provisório mas tanto os produtores Russos como Franceses pediram para o manter. Há uma raiz universal ligada ao nome Alexandra. O nome desenha um simples e directo caminho à personagem.
Um passado contínuo
Um passado contínuo
Não há uma única palavra que não pudesse ter sido dita há 40 anos atrás. E eu não tenho a certeza que daqui a 40 anos tudo tenha mudado. Neste filme falamos de aspectos constantes, não apenas dos aspectos russos constantes. A heroína podia ser uma mulher americana que foi ver o seu neto ao Iraque, ou uma mulher inglesa que foi ver o seu neto ao Afeganistão. Eu sei que a República da Chechénia pagou um preço terrível pela paz. Eu sei dos inúmeros crimes e que a guerra endurece as pessoas. Mas a guerra terminou e nós devemos regressar uns aos outros e respeitar mutuamente os sacrifícios que fizemos. O filme é uma obra de ficção, não um acto político.
Neste filme, procuramos formas de aproximar as pessoas e encontramo-las.
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