sexta-feira, 11 de julho de 2008

Dracula - Tod Browning (17 Julho, 21h30m, Parque da Cidade)



Adaptado por Tod Browning do clássico de Bram Stoker e realizado em 1931, durante a Grande Depressão nos Estados Unidos, o filme surgiu em parte devido ao grande sucesso que Bela Lugosi tinha tido recentemente no teatro a interpretar o famoso conde da Transilvânia.
Lugosi tinha tanta vontade de encarnar esta personagem também no grande ecrã que aceitou negociar a custo zero o valor dos direitos de autor da obra com a viúva de Stoker e um salário mensal ridiculamente baixo para realizar o filme. Se monetariamente o filme não foi muito compensador para Lugosi, em termos artísticos não poderia ter sido melhor, o filme é ainda hoje um clássico e a sua figura permanece a que a maior parte das pessoas associa a Drácula. Como o actor não sabia falar inglês muito bem, decorou todas as suas falas apenas foneticamente, o que resultou naquela estranha e hipnotizante forma de falar. Ao contrário da obra de Murnau, que se baseia na transfiguração da realidade, na sublimação do carácter turvo do inconsciente, o Drácula de Browning e de Lugosi é já uma introdução ao vampiro norte-americano tal como viria a aparecer mais tarde no cinema. Refiro-me ao vampiro sensual, sedutor, aristocrático, menos monstro mais homem, e embora esteja ainda muito longe dos fashion-victim-vampires de Anne Rice, está já também muito longe do nosferatu alemão.

Este filme integra-se no programa da CMB "Parques Vivos", fazendo parte da série de filmes que o Cine Clube exibirá no Parque da Cidade (ao ar-livre, junto ao espaço do lago) e que denominámos "Noites dos Parques Vivos".

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