domingo, 10 de fevereiro de 2008

Luzes no Crepúsculo, Aki Kaurismaki (14 Fevereiro, 21h30m - AMAC)


«Luzes no Crepúsculo» conclui a trilogia iniciada por “Nuvens Passageiras” e “Um Homem sem Passado”. O primeiro filme da trilogia foi sobre o desemprego, o segundo sobre os desalojados, e o tema de «Luzes no Crepúsculo» é a solidão.
Como o pequeno vagabundo de Chaplin, o protagonista, um homem chamado Koistinen, procura no duro mundo uma pequena brecha pela qual possa rastejar. No entanto, tanto os seus semelhantes como o aparato da sociedade sem rosto fazem questão de esmagar as suas modestas esperanças, uma após outra. Elementos criminosos exploram a sua ânsia por amor e a sua posição de guarda-nocturno num roubo que executam, deixando Koistinen abandonado às consequências.
Tudo isto é feito com a ajuda da mulher mais apelativa desde “All About Eve” de Joseph L. Mankiewicz. E eis como Koistinen é privado do seu emprego, da sua liberdade e dos seus sonhos. Felizmente para o nosso protagonista que o autor do filme tem a reputação de ser um velho de coração mole, portanto podemos assumir que há uma centelha de esperança iluminando a cena final.


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"A minha alma não poderia tolerar o género de realismo agreste necessário para descrever a moderna cidade de Helsínquia – sinto-me como se fosse forçado a ir contra um muro de pedra. Sinto-me, também, forçado a redesenhar todas as cidades escondidas em várias décadas. Não consigo mostrar um carro moderno porque eles são tão feios e impessoais. Consegui fotografar Londres e Paris sem mostrar um único carro e, apesar disso, os meus filmes passam-se nos tempos modernos. Defendo uma câmara que se identifique com os cenários da época que são descritos – e que represente essa época em toda a sua selvajaria."Aki Kaurismäki.


(Atalanta Filmes)

1 comentário:

Caleb disse...

Bom, na realidade não foi este o filme que passou, mas sim Juha (1999), do mesmo realizador.